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Por mais que se imagine e se tenha convicção da realidade, encará-la, nua e crua, palpável, visível, é sempre chocante. Todo mundo sabia que um golpe estava sendo gestado fazia tempo, mas encarar de frente todas as suas aberrações e o grau de violência planejada é impactante, mesmo que não tenha dissonância cognitiva.
A quebra do sigilo do relatório da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe em 2022, com quase 900 páginas, revela uma trama infinitamente melhor do que qualquer filme macabro que Hollywood jamais nos mostrou.
Mas é triste se certificar de que os golpistas nos acham tão idiotas. Fiquei particularmente ofendido por imaginarem que somos tão ruins quanto eles, que aceitaríamos no poder aquela rataria, como eles mesmos se denominam. Depois de um general dizer “quatro linhas é o caralho”, um coronel dispensou “o pessoal acima da linha da ética” e convocou a “rataria” para uma reunião golpista.
O relatório é detalhado, cheio de provas, o que só aumenta a cara de pau daqueles que agora negam os crimes cometidos. Ao mesmo tempo, a peça policial revela o quão toscos são esses militares golpistas, e como agem como meros milicianos.
Pelo menos, a clareza das revelações pode facilitar o caminho das condenações. Fica mais do que claro que o líder da quadrilha, o chefe da rataiada, “planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva” do plano de golpe de Estado para mantê-lo no poder.
A bola agora está com a PGR, que precisa agilizar a apresentação de denúncia. Esta, quando chegar ao STF, encontrará um colegiado pronto para acelerar a ida da rataria para a cadeia.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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