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O governo do presidente Lula parece mais disposto a avançar sobre o Congresso, ao mesmo tempo em que escala ministros e líderes partidários para colocar panos quentes.
Uma tática comum no auge do sindicalismo, por exemplo, quando em determinadas negociações salariais alguns representantes dos trabalhadores atacavam os empresários e outros negociavam nos bastidores.
Ao enfrentar o Congresso, o governo também força deputados e senadores a se exporem. Assim, fica a cada dia mais clara a sede de poder do autoritário Arthur Lira. Em recente entrevista, ele não escondeu que visa ter o mesmo poder do presidente eleito, pois os deputados também foram eleitos. Uma graça.
O ministro Fernando Haddad acertadamente diz que o Congresso tem de respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, pois se vê no direito de criar despesas no Orçamento. “Se tem as mesmas prerrogativas do Executivo, deve ter as mesmas obrigações”, afirma.
A declaração irritou suas senhorias por expor deputados e senadores que se acham com direito a privilégios sem prestar contas. Como disse Felipe Neto, o excrementíssimo Arthur Lira ficou nervosinho e o presidente do Senado chamou Haddad de “injusto”.
Na busca pela legalidade, o governo tem o direito de recorrer ao STF. Mais do que isso, se não o fizer pode ser acusado de gestão temerária, o que é crime de responsabilidade. Ao recorrer à Corte, mostra o tamanho das incoerências do Congresso, e isso também irrita o excrementíssimo.
Esses casos todos só fazem reforçar a importância do voto para as casas legislativas, o que inclui a Câmara Municipal. O cuidado com o voto não deve apenas para prefeito, mas principalmente para vereador.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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