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Segundo o IBGE, o salário médio de Serra Negra é o 572º entre os 645 municípios do Estado |
Trabalho e renda no município foram o principal tema da sessão da Câmara Municipal da segunda-feira, 23 de outubro. O vereador César Augusto Borboni, o Ney, disse que sobram vagas nos setores de gastronomia e hotelaria ou por falta de qualificação ou desinteresse dos trabalhadores. A vereadora Anna Beatriz Scachetti salientou, no entanto, a importância de projetos e iniciativas para promover qualificação profissional, mas também para elevar a média salarial no município.
Dados do IBGE e da Fundação Seade revelam que os salários pagos em Serra Negra são os menores da região do Circuito das Águas Paulista. A média é de R$ 2.157, segundo dados da Fundação Seade de 2021, e de 1,8 salário mínimo, de acordo com o levantamento do IBGE também de 2021.
O principal setor empregador em Serra Negra é o de serviços (comércio, hotelaria e gastronomia), que emprega 6.180 trabalhadores com carteira assinada, de acordo com a Fundação Seade. O salário médio da categoria é R$ 2.176, também o menor da região - Aguas de Lindoia paga R$ 2.405; Socorro, R$ 2.428; Monte Alegre, R$ 2.410; Lindoia, R$ 2.711; e Amparo, R$ 2.600.
O maior salário pago em Serra Negra, de R$ 2.193 é o da indústria, provavelmente engarrafadoras, que emprega no município 998 pessoas com carteira assinada. O setor agrícola oferece 349 empregos formais com salário médio de R$ 1.785.
O salário médio pago no município é o menor em comparação com Águas de Lindoia, Socorro, Monte Alegre do Sul, Lindoia e Amparo. A remuneração média de Amparo, estimada em R$ 3.020 é a que mais se aproxima do salário médio no Estado, calculado em R$ 3.943. A indústria no município vizinho paga cerca de R$ 3.500 e contribui para elevar para cima a média salarial da cidade.
Os demais municípios também oferecem salários ligeiramente superiores ao de Serra Negra. A média salarial em Águas de Lindoia é R$ 2.330; Socorro, R$ 2.372; Monte Alegre do Sul, R$ 2.366; e Lindoia, R$ R$ 2.613. Serra Negra também é lanterninha nos dados do IBGE, com uma remuneração média de 1,8 salário mínimo.
No levantamento do IBGE de 2021, o salário médio pago em Águas de Lindoia e Monte Alegre do Sul era de 1,9 salário. Lindoia e Socorro pagavam em média 2 salários mínimos, e Amparo, 2,7 mínimos.
Todos os municípios da região pagam menos do que a média salarial no Estado, de R$ 3.943.
Gastronomia e hotelariaO assunto sobre renda e salário na Câmara Municipal veio à tona depois que o vereador César Augusto Borboni anunciou uma parceria da prefeitura com o Sesi. Ele explicou que a proposta é capacitar professores para disseminar o conceito de profissionalização entre os alunos das escolas municipais.
“O objetivo é trabalhar na cabeça da criança que ela precisa se profissionalizar”, afirmou. O vereador explicou que a nova estratégia do Sesi, instituição que atende as indústrias na promoção de saúde e educação do trabalhador, é disseminar a ideia de profissionalização nos primeiros anos de ensino.
O vereador disse que há vagas de emprego sobrando no município no setor de serviço, em especial gastronomia e hotelaria, devido à falta de qualificação e interesse dos trabalhadores. A vereadora Anna Beatriz Scachetti lembrou, no entanto, que há queixa dos trabalhadores, entre os quais os mais jovens, em relação à remuneração e à exigência de experiência.
A vereadora sugeriu que essa questão seja amplamente discutida pelas autoridades e representantes da iniciativa privada para que o município tenha não só profissionais mais bem qualificados como também ofereça melhor remuneração.
Ney argumentou, no entanto, que os salários em alguns setores, entre os quais da gastronomia, são mais altos que os dos demais municípios, mas não apresentou dados estatísticos que comprovem sua informação. "O piso que tem praticado aqui é o maior da região inteira", afirmou.
O vereador argumentou ainda que a renda média em Serra Negra seria menor porque o custo de vida também é menor do que em outros municípios, em especial o das grandes metrópoles, como Campinas e São Paulo.
Ele avalia que o desinteresse dos jovens pela profissionalização se deve também às redes sociais, em que alguns "influencers" ficam milionários. “Muito jovem acha que vai virar 'influencer' do dia para noite, que vai montar uma empresa e ficar rico do dia para noite, que vai vender na internet. É esse fator que tira da cabeça dessa molecada a ideia de se capacitar”, concluiu.
Ney citou como exemplo de oportunidades a área de gastronomia e as oportunidades profissionais que oferece ao jovem trabalhador. "Falta em Serra Negra mão de obra para vaga de garçom, falta ao jovem entender que ele pode ser um ótimo garçom e receber um salário acima da média de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, se for bom garçom. Falta ao jovem a vontade de ser o melhor garçom e o pensamento que pode começar lavando pratos e depois virar chefe de cozinha", afirmou.
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Salete Silva é jornalista profissional diplomada (ex-Gazeta Mercantil e Estadão) e editora do Viva! Serra Negra
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