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Desde as primeiras gestões do presidente Lula, a partir de 2003, o Brasil e o mundo mudaram. Alguns truques ficaram superados, instrumentos de comunicação se transformaram e é preciso buscar fórmulas mais eficazes na guerra de narrativas.
No Brasil, além das mudanças de hábitos e costumes trazidos pelo uso cada vez mais intensivo da tecnologia, o sistema político sofreu alterações significativas. O Congresso ganhou poder e a Câmara, como bem observou o ministro Fernando Haddad, ganhou mais ainda.
Acrescente-se que o Brasil foi dividido ao meio, com uma metade descompromissada com a verdade, a ética e a civilização.
É forçoso guerrear no campo das comunicações. As lives de Lula às terças-feiras, no formato inovador adotado, é um bom caminho, mas não basta. É preciso mais agressividade para fazer frente à picardia de gente como Arthur Lira.
Outro exemplo é o presidente do Banco Central. Falando a uma plateia de executivos financeiros, Roberto Campos Neto disse que taxar grandes fortunas pode “provocar uma erosão da base tributária”.
O neto de Roberto Campos não deu detalhes do que dizia, mas claramente estava defendendo seus patrões e a si próprio, sem considerar seu dever, como agente público, de pensar no bem comum.
Ao mesmo tempo em que dizia o que dizia, a Anbima informava que a despeito de ser alvo de taxação pelo governo já há algum tempo, os fundos exclusivos, de multimilionários, tiveram captação líquida (saldo positivo) de R$ 13,7 bilhões neste ano. Não parecer haver erosão nenhuma.
Na mesma hora, ao receber um manifesto em favor da reforma administrativa, Arthur Lira reforçou sua arrogância ao dizer que o governo “precisa entender, por bem ou por mal, que o projeto é importante para as contas públicas”.
Ter o controle da situação é adotar uma boa estratégia de comunicação.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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