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Há uma convicção generalizada de que o futebol está impregnado de bolsonaristas. São vários exemplos de nomes de relevo que se manifestaram publicamente a favor do miliciano.
Estão todos assustados, amedrontados com o efeito da atitude miliciana de alguns de seus colegas. O escândalo cresce a cada dia e o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou à PF a investigação das denúncias de manipulação de resultados motivada por apostadores.
O caso foi revelado pelo Ministério Público de Goiás, que já denunciou 16 jogadores à Justiça. A lista de supostos envolvidos não para de crescer, atingindo os principais clubes.
Segundo as denúncias, jogadores são aliciados por apostadores para cavarem cartões amarelos e vermelhos, entre outras atitudes antidesportivas. A remuneração é alta, o que projeta o quanto de dinheiro circula nesse submundo. Não descarto o envolvimento de “empresários” desses “atletas”.
Caso as denúncias estejam certas, as vítimas do esquema, além do próprio futebol, são os clubes e as casas de aposta, e esta é uma das razões de o caso ter vindo a público.
As casas de aposta, na mira de regulamentação por parte do governo, são o maior financiador do esporte em todo o mundo. Dos 20 clubes na primeira divisão do futebol no Brasil, 19 têm casas de apostas como o principal patrocinador.
Nos últimos meses, avançou o investimento privado nos times nacionais. A última operação foi de um fundo equity no Coritiba, a primeira desse tipo de fundo no País, num investimento de R$ 500 milhões.
Essa gente não entra num negócio para perder dinheiro, mas se continuar a percepção de que os jogos não são para valer, que qualquer jogada em campo pode ser suspeita, o dinheiro deles vai para o ralo. O mesmo vale para a imprensa esportiva e seus patrocinadores. As arquibancadas tendem a ficar vazias e as torcidas, enfurecidas.
Não se trata apenas de futebol. O caso é revelador do comportamento de uma parcela da sociedade. Além disso, o futebol já responde por significativa parcela do PIB mundial. O governo Lula conta com o imposto das apostas para cobrir parte do Orçamento.
Esclarecer e acabar com o escândalo, de forte apelo popular, punir severamente os responsáveis, será saudável para o País como um todo.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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