//FERNANDO PESCIOTTA// Falsa união



Chega a ser engraçado ver tantas críticas e cobranças ao presidente Lula por ele agregar nomes de supostos adversários em sua base governista. Essas críticas ganharam ainda mais dimensão na análise da comitiva que vai à China. O centro dos ataques está nos representantes do agronegócio, pelo forte alinhamento do setor ao antigo governo.

É irônico. Ao mesmo tempo que criticam, a mídia e influenciadores liberais condenam a polarização política no País. Recente pesquisa Ipec revelou que a maioria da população também condena essa polarização.

Acrescente-se que Lula se candidatou, se elegeu e tomou posse prometendo a união nacional. O slogan de seu governo é “Reconstrução e União”.

Juntando os pontos, não há como achar incoerente ou desajustado o fato de sua comitiva à China estar cheia de “bolsonaristas”, como crava a mídia conservadora.

Além do mais, o principal objetivo da viagem é aprofundar a relação bilateral e ampliar as exportações brasileiras, o que coloca o agronegócio no centro dos interesses, e isso provocará aumento de renda, emprego e arrecadação no País.

O próprio PT, que acertadamente se queixa do comportamento da mídia, tem agido como ela. Os embates em torno da proposta de arcabouço fiscal expõem interesses que culminam na perda de credibilidade do ministro da Fazenda e embutem riscos de perda de investimentos.

Para além da coerência com a filosofia apregoada pelo governo, de reconstrução e união, o momento não permite aprofundamento de divergências a ponto de ampliar riscos. Os inimigos estão à espreita.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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