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Roberto Campos Neto (foto) chegou à presidência do Banco Central em 2019, então como integrante da equipe econômica de Paulo Guedes e do miliciano. De lá para cá, ganhou a autonomia do BC e um mandato até o final de 2024. Para tirá-lo de lá, só com muita reza ou confusão.
Em vários momentos, salientamos neste espaço que Campos Neto se misturava entre as funções de presidente do BC com a de braço de apoio de Guedes. Não foram poucas as vezes em que veio a público para defender medidas do Executivo ou para socorrer algumas das muitas erratas do posto Ipiranga.
Ao longo do mandato do miliciano, Campos Neto o acompanhou em jantares com empresários e até há poucos dias estava em grupos de mensagens de ministros bolsonaristas. Causou estranheza também o fato de Campos Neto ter prestigiado a posse de Tarcísio de Freitas em São Paulo.
Campos Neto voltou ao centro da polêmica ao manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano e publicar uma lista de motivos entendida como um conjunto de ameaças ao governo e com viés político acima do tom.
A manutenção dos juros em níveis de recorde mundial atrapalha os planos do governo Lula, inibe o consumo, altera o balanço das empresas, encarece o crédito.
Dois dias após a publicação do comunicado do BC, Lula aproveitou sua primeira entrevista a uma emissora de TV aberta para alertar que pode rever a autonomia do BC após o mandato de Campos Neto e o emparedou.
O mercado financeiro não gostou muito, reagiu mal, mas Lula cumpre seu papel. Ele lembra, segundo assessores, que tratou Campos Neto com respeito e consideração, mas se considera traído.
Como se vê, a autonomia pode ter um lado só, e isso não é bom para a economia, para o emprego e para o País. Campos Neto precisa se enquadrar, sob pena de jogar no lixo o que lhe restou de reputação.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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