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Embratur possui 16% do imóvel do antigo Grande Hotel Serra Negra |
O prefeito Elmir Chedid procura interessados na compra do prédio em que funcionava o Grande Hotel Serra Negra. Ele está empenhado em apresentar o local a potenciais investidores, mas, além de a prefeitura não deter ainda a propriedade integral do imóvel, há outras dificuldades para a negociação: o valor do investimento, estimado em R$ 45 milhões, e a taxa de ocupação da rede hoteleira da cidade, em torno de 43% ao ano, inferior à média nacional, em torno de 60%.
As informações foram dadas pelo presidente da Câmara Municipal, César Augusto Borboni, o Ney, na sessão de segunda-feira, 24 de outubro. “O prefeito é favorável a vender. Ele tem trabalhado, levado pessoas para ver o local. O prefeito calcula uns R$ 30 milhões, o problema é quanto vale o dinheiro, com mais R$ 15 milhões necessários para funcionar, estamos falando em R$ 45 milhões. Com uma taxa de 42% a 43% de ocupação, que é o que tem em Serra Negra, é retorno que nenhum grande investidor vai fazer”, afirmou.
Imóvel está degradado |
O imóvel está em processo de degradação, constatado pelos próprios vereadores. “O que vimos não foi de encher os olhos”, disse Renato Giachetto, se referindo a uma visita no local realizada em 2019, na legislatura anterior.
Desde então a situação só piorou. Segundo Ney, o imóvel tem sido frequentado por usuários de drogas e usado como "motel" por casais nos fins de semana. O vereador Roberto de Almeida avalia que o prédio não é apropriado para a instalação de um hospital, como sugerem alguns moradores. Os corredores, ele avalia, são estreitos e inapropriados para a circulação de macas.
Os investimentos necessários para a reforma do imóvel também são inviáveis para o orçamento municipal, de acordo com Ney. A estimativa é que seriam necessários pelo menos R$ 13 milhões para colocar os cerca de 120 apartamentos em funcionamento, informa o presidente da Câmara, com base em estudo realizado pela administração passada, quando ele ocupou o cargo de secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico.
Nenhum plano, no entanto, deverá ser executado sem que a prefeitura resolva o enrosco com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), detentora de pelo menos 16% do imóvel. A Serra Negra Empresa de Turismo (Senetur) tem participação majoritária de cerca de 84%, insuficientes, no entanto, para tornar viável algum negócio. “Tem de conseguir em primeiro lugar esses 16% que faltam”, afirmou Ney. Nenhum investidor, ele diz, vai se interessar em investir R$ 45 milhões sem ter a propriedade integral do imóvel.
As negociações da prefeitura com ministros do Turismo nos governos Temer e Bolsonaro não prosperaram. O ex-prefeito Sidney Ferraresso chegou a se reunir em Brasília com um deles, não nominado pelo presidente da Câmara. Recebeu apenas promessas.
"Motel" nos fins de semana |
Carlos Alberto Gomes de Brito é o atual ministro do Turismo. Ele foi antecedido por Marcelo Álvaro Antonio e Gilson Machado Neto. O atual secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, Vinícius Lummertz, foi ministro do governo Temer. “A gente já foi para Brasília, Sidney conversou com o ministro do Turismo, que empenhou palavra que iria resolver esta questão, estive em Itu, com o chefe de Gabinete do Ministério com assessoria técnica”, lembrou Ney.
A situação não se resolveu, apesar de a direção da Embratur, segundo o presidente da Câmara, ter demonstrado interesse em transferir o seu porcentual de participação na propriedade do prédio à Senetur. “Eles querem se livrar porque isso dá problema com o Tribunal de Contas”, explicou.
Ney espera que o impasse seja resolvido depois das mudanças no comando em Brasília. “O melhor que a Embratur, eu acho, é que com esse novo governo que vem aí, novo Congresso, que ganhe A ou B, sempre tem mudanças no time dos ministérios”, afirmou.
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