//CARLOS MOTTA// Os currais eleitorais e a caridade com chapéu alheio



Carros e mais carros com adesivos dos dois candidatos "da cidade" à Assembleia Legislativa poluem o cenário urbano de Serra Negra. 

Os dois candidatos - o irmão do prefeito e o seu "opositor" -, não se engane o eleitor, são, como diz o povo, farinha do mesmo saco.

Em comum, ambos alardeiam a ajuda que têm dado à cidade. O irmão do prefeito, deputado há incontáveis legislaturas, segundo a sua propaganda, é o maior benfeitor que esta terra já teve. O outro não fica atrás em seu autoelogio.

Mas, repito, não se engane o eleitor. A "ajuda" que os dois prestam a Serra Negra, por meio das tais emendas parlamentares - o "opositor" diz que conseguiu muita coisa de deputados amigos para o município -  não compensa, nem de longe, os malefícios que políticos como eles vêm causando a todo o povo brasileiro há décadas.

Pois são políticos como eles, que sobrevivem às custas das migalhas que jogam aos seus currais eleitorais, que levaram o Brasil a esta terrível situação em que ele se encontra.

Pois são políticos como eles que, invariavelmente, votam contra projetos que beneficiam os trabalhadores e a favor de outros que prejudicam a população e ajudam sem pudor os mais ricos, os que têm tudo e querem ainda mais.

É óbvio que toda verba que vem para auxiliar entidades assistenciais e mesmo para obras de infraestrutura são bem-vindas. 

Mas Serra Negra estaria em situação muito melhor se todo o Brasil estivesse melhor. O que se decide na Assembleia Legislativa, no Congresso Nacional, no Palácio dos Bandeirantes ou no Palácio da Alvorada tem impacto direto no cotidiano do cidadão serrano.

Serra Negra estaria muito melhor se fossem aplicadas na cidade políticas públicas estruturantes visando áreas prioritárias para a população, como, por exemplo, a saúde, educação, habitação, transportes, cultura - e, evidentemente, a criação de empregos e melhoria da renda média do trabalhador. 

O resto, essa "ajuda" desses políticos que se julgam donos de consciências e de populações, é apenas uma esmola que dão com o chapéu alheio, marketing visando a (re)eleição. 

Sim, porque, embora escondam o fato, toda a caridade que entregam a Serra Negra vem do dinheiro dos impostos que pagamos. 

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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado (ex-Estadão, Valor Econômico e Jornal da Tarde) e editor do Viva! Serra Negra




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