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Nesta quarta-feira (23), Geraldo Alckmin vai assinar a ficha de filiação ao PSB num grande evento político em Brasília. O passo seguinte será a oficialização de sua indicação para vice de Lula.
Setores do PSDB, que chutaram Alckmin para fora do partido, agora criticam sua decisão.
Renata Covas, filha de Mário Covas e mãe de Bruno Covas, usou uma rede social para dizer que Alckmin está agindo por “rancor” de João Doria e “vaidade” por ter saído do ostracismo.
Ela talvez tenha razão, ninguém está dentro de ninguém para saber as razões íntimas de decisões de um indivíduo. Porém, penso que está sendo incoerente.
Se Alckmin estava no ostracismo é porque para lá foi mandado pelo PSDB. E se está feliz agora, ótimo. A felicidade transforma as pessoas. Infelizes viram bolsonaristas. Seu ostracismo deveria ser uma condenação irreversível?
O momento político exige esforço e um mínimo de união para tirar o País do profundo esgoto ao qual foi jogado pelo bolsonarismo, com a ajuda de tucanos.
Não lembro de Renata condenar o partido por apoiar o golpe contra Dilma Rousseff, nem ao ver caciques da legenda no governo golpista de Michel Temer.
Também não vi críticas ao apoio a Bolsonaro em 2018, com Bolsodoria e outras dobradinhas – conta-se nos dedos os tucanos que tiveram a grandeza de votar em Fernando Haddad, a mesma grandeza com que o pai de Renata se juntou a Lula em 1989.
Para esses tucanos críticos de Alckmin, apoiar o golpe e votar em Bolsonaro é coerente com a história do PSDB.
Alckmin parece disposto a virar a página, se redimir do erro de 2016, a ser contributivo por entender a conjuntura. Não é preciso concordar com suas ideias para ele merecer um voto de confiança e trazer votos conservadores para uma candidatura progressista.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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Muito bom! Bom senso e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Parabéns ao Geraldo.
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