//FERNANDO PESCIOTTA// Ministro decorativo



Paulo Guedes não tem uma grande formação acadêmica, nunca foi visto como um economista intelectualizado. Construiu sua reputação no mercado financeiro com operações eticamente suspeitas, para dizer o mínimo. É visto, por isso, como “esperto”.

Do ponto de vista político, ganhou apoio dos conservadores por ter feito parte da equipe econômica do ditador Augusto Pinochet, no Chile. Ou seja, conhece as ditaduras e aprendeu a ser lambe botas.

Com esse status, Guedes foi um dos primeiros a se aliar à candidatura do miliciano em 2018. É considerado, por isso, o principal responsável por atrair votos da Faria Lima, prometendo se contrapor ao autoritarismo e ignorância econômica do chefe.

Chamado de Posto Ipiranga, numa referência à concentração de poder que teria, achou que estava podendo e passou a revelar seu vazio. Guedes é oco, árido. Em três anos de governo, não apresentou nenhuma proposta para a economia e se tornou um avalista da mediocridade do governo.

Agora, Guedes não é nem uma borracharia. Depois de muitas vezes esvaziado, acaba de ser colocado como uma figura decorativa.

Decreto governamental transfere do Ministério da Economia para a Casa Civil a destinação de recursos do Orçamento. Em ano eleitoral, fica com o Centrão a distribuição de dinheiro entre os ministérios.

Mesmo sem uma estrutura intelectual, se tivesse alguma hombridade ou honestidade de princípios, Guedes pediria o chapéu. Mas se o fizer, será uma surpresa. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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