//ANÁLISE// Empresas contra a homofobia

                                                                                                                                                                              


Fernando Pesciotta


Num país onde quem deveria ser seu maior líder já defendeu o estupro, é misógino, sexista e denunciado por crimes contra a humanidade, o comportamento de algumas empresas está sendo visto como importante frente de resistência.

O exemplo mais recente envolve o jogador de vôlei Maurício Souza, que atuava pelo Minas. Bolsonarista atuante, ele coleciona em sua carreira posts politicamente incorretos nas redes sociais.

O último desses posts, criticando a nova personalidade do Superman, foi considerado homofóbico. O Minas passou a mão na cabeça oca do jogador, mas Fiat e Gerdau, patrocinadoras do clube, exigiram uma punição severa e exemplar.

O Minas, então, impôs suspensão, multa e um pedido de desculpas do atleta, que em vez de usar o Instagram, onde fez o post original e tem 250 mil seguidores, optou pelo Twitter, com 50 fãs.

As empresas se revelaram indignadas e mantiveram a pressão publicamente. Nesta quarta-feira (27), o Minas finalmente rescindiu o contrato com Maurício Souza.

Pouco antes da demissão, Bolsonaro comentou o caso: “Puta que o pariu, impressionante né? Tudo é homofobia, tudo é feminismo."

A manifestação do mandatário ajuda a entender a necessidade de entidades da sociedade civil, empresas e cidadãos terem de gastar tempo e dinheiro diariamente para responder às atitudes hostis dessa corja.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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