//ANÁLISE// É “imbecil” quem pede mais vacina

                                                                                                                                  


Fernando Pesciotta


O tenente cloroquina faz o máximo esforço para que não fiquemos um dia sequer sem comentar seus delírios doutrinários.

Com 79% dos brasileiros achando que a pandemia está fora de controle, como mostra o Datafolha, Bolsonaro reforça o boicote às parcas tentativas de tirar do Brasil o título de campeão mundial de mortos por dia – o País já responde por 25% dos óbitos.

Nesta quinta-feira (18), ele começou e terminou o dia vocacionado ao genocídio. Voltou a criticar o isolamento, deixou insinuações sobre as vacinas e colocou em dúvida a superlotação de UTIs e até o número de mortos por covid-19.

Externou completa ignorância ao confundir uso de UTIs para covid-19 e demais pacientes, misturou números para polemizar e dar discurso para os fanáticos reproduzirem.

De manhã, disse que a pandemia virou "uma guerra contra o presidente". O Brasil já recebeu “milhões de doses” de vacinas. “Quem cobra mais imunizantes é “mal-intencionado, mau-caráter ou imbecil”, acrescentou, diante do gado à porta do Palácio do Alvorada.

À noite, em transmissão pelo Facebook, o cloroquiner ironizou o sofrimento dos pacientes e anunciou que entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade no STF contra decretos de governadores e prefeitos com medidas restritivas.

Nas redes sociais, o deputado bolsonarista Silas Malafaia aparece babando num vídeo no qual insurge Bolsonaro a colocar o Exército na rua contra as medidas de combate à pandemia.

Com isolamento social para evitar um colapso ainda maior, as igrejas ficam sem recolher dízimo.

Atônito, consciente de sua incompetência e incapacidade, Bolsonaro ainda não sabe bem como conseguiu sair das profundezas do submundo das milícias para a Presidência. Por isso, se limita a colocar sua Gestapo atrás de quem o chama de genocida.

Também nesta quinta-feira, foram levados para a Polícia Federal cinco jovens que à frente do Palácio do Planalto abriram uma faixa na qual estava escrito alguma coisa como Bolsonaro genocida ao lado de uma suástica.

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga voltou a falar em medidas restritivas e disse que vai “seguir recomendações da ciência”. Pelo visto, sua voz não vale nada.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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