//ANÁLISE// “Bolsonaro mentiu” virou pleonasmo

                                                                                                                                       


Fernando Pesciotta


O Instituto Butantan avançou no desenvolvimento de sua própria vacina contra o coronavírus. Pedirá autorização à Anvisa para iniciar testes clínicos com voluntários. Pretende ofertar 40 milhões de doses até julho e outras 60 milhões até dezembro.

Num cenário catastrófico provocado pelo governo Bolsonaro, todo mundo tem de sair atrás de soluções. Em um ano de pandemia, o País trocou três vezes o ministro da saúde e o genocida realizou 40 eventos com aglomerações só no Palácio do Planalto.

Nesta quinta-feira, 25 de março, dia em que o Brasil bateu recorde do número de novos casos, com quase 100 mil diagnósticos positivos para coronavírus (97,6 mil), Bolsonaro voltou a criticar medidas de isolamento.

Bolsonaro já havia mentido que a transmissão do vírus se dá mais dentro de casa do que na rua. Irremediável.

Até o vice-presidente, Hamilton Mourão, acha que o número de óbitos "já ultrapassou o limite do bom senso" e por isso é preciso "tentar de todas as formas diminuir a quantidade de gente contaminada". Isso significa isolamento.

O bananão que foi colocado no Ministério da Saúde, enquanto isso, sai pelo País para ver se é verdade mesmo que as pessoas estão morrendo de covid. Trata-se de uma ordem do genocida. Inacreditável.

Neste dia 25, Marcelo Queiroga fez essa primeira visita, ao Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo.

Foi recebido por manifestantes que chamavam Bolsonaro de “genocida” e pediam mais vacina e menos cloroquina.

O ministro ao menos parece ter ouvido os apelos. Ele indicou Carlos Carvalho, do próprio HC, para coordenar um grupo que supostamente vai definir protocolos de atendimento a pacientes com covid-19.

Incrível, mas Carvalho é considerado um dos maiores críticos da utilização da cloroquina, segundo a imprensa.

Outra mentira


Segundo a Deusche Welle, agência de notícias da Alemanha, Bolsonaro “mentiu” ao comentar o anúncio da chanceler alemã, Angela Merkel, de cancelar o lockdown rígido previsto para a Páscoa.

Seu comentário, acrescenta a agência, é resultado da agenda “negaconista”.

"Havia boas razões para optar pela ideia necessária, mas ela não pode ser implementada suficientemente bem nesse curto período de tempo", explicou Merkel. Ela não minimizou o vírus nem apontou que os efeitos econômicos seriam piores, completa a DW.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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