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Salete Silva
A imprensa e a ciência, massacradas por um governo em guerra com os fatos científicos e jornalísticos, se encontram do mesmo lado das trincheiras do combate nesta pandemia.
Este foi um encontro, sem dúvida, providencial. Dados científicos e jargões restritos aos ambientes acadêmicos vêm sendo desmistificados e estão se tornando cada vez mais palatáveis ao cidadão comum que passou a usá-los sem mistérios nas conversas do dia a dia sobre covid-19.
O encontro entre jornalistas e cientistas é um fato inédito no país, que tem contribuído de forma decisiva para rebater as fake news, orientar a população e desmistificar temas essenciais para erradicar o vírus respiratório mais temido do século.
A aproximação da comunicação com os cientistas e profissionais da saúde tem sido comemorada por acadêmicos, como a infectologista Ehthel Maciel, ex-reitora da Universidade Federal do Espírito Santo.
“Até recentemente, a ciência falava sozinha. A comunicação de suas conquistas e avanços científicos se restringia a seus pares”, afirmou a professora.
A população não tinha acesso aos artigos científicos e os pesquisadores não recebiam apoio para divulgação nem podiam contar com os canais de comunicação para estabelecer um diálogo com o cidadão leigo.
Desde o início da pandemia, a sinergia entre ciência e imprensa tem permitido levar até o cidadão informações sobre inventos e descobertas dos laboratórios.
O cidadão comum começa a se familiarizar com termos como RNA, vírus inativos, período de incubação, imunização, invasão de sistema imunológico, imunização de rebanho, células, entre tantos outros jargões necessários para entender a pandemia.
Ávidos pela informação necessária para explicar e traduzir o que está ocorrendo no mundo, no país, no Estado e em municípios, jornalistas se debruçaram sobre os estudos científicos a respeito do coronavírus, sobre os dados estatísticos e partiram em busca de declarações e explicações de pesquisadores, farmacêuticos, médicos e profissionais da saúde de forma geral.
Os cientistas e a classe médica se viram, provavelmente pela primeira vez, tão requisitados pela imprensa. Essa sinergia tem permitido que a população finalmente entenda que a ciência é fundamental para o desenvolvimento das nações e para o bem estar dos cidadãos.
Os países que mais investem em ciência, como China, Alemanha, Inglaterra, Rússia, Canadá, Índia e Estados Unidos já contam com estoques para vacinar suas populações até mais de três vezes.
As nações que têm desprezado a ciência e contestado os fatos com fake news, como o Brasil, estão à margem das negociações e, como admitiu o próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, não conseguiram ainda imunização suficiente sequer para promover uma vacinação em duas doses a todos os cidadãos.
Graças à sinergia entre ciência e imprensa, as universidades públicas, os institutos de pesquisas e em especial o Serviço Unificado de Saúde, o SUS, começam a recuperar a relevância perdida na sociedade para as fake news disseminadas incluisive pelo presidente da República.
Os profissionais da saúde que tenho entrevistado e consultado ao longo da pandemia para informar e orientar a população serrana inspiraram esse artigo. Que essa sinergia permaneça para sempre contribuindo para aproximar a ciência do povo e em especial para promover o desenvolvimento do país, melhorar a qualidade de vida de todos e promover a equidade social.
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