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Médica Daniela Biller: nenhum remédio tem ação contra o vírus, só a vacina |
Incluir os profissionais da educação no grupo prioritário de vacinação e decretar lockdown por duas semanas com o funcionamento apenas dos serviços essenciais para evitar a circulação de novas variantes do coronavírus em Serra Negra foram as medidas sugeridas pela médica ginecologista Daniela Biller ao prefeito Elmir Chedid (DEM), em transmissão realizada no domingo, 17 de janeiro, em sua página do Facebook.
Apesar de algumas pesquisas nacionais e internacionais apontarem alto risco de contaminação para professores e alunos na volta às aulas, a médica reconhece os prejuízos psicológicos e de aprendizagem em crianças e adolescentes e a necessidade do retorno gradual às aulas.
Mas para isso, além de recomendar que as escolas adotem de forma rigorosa todos os protocolos de segurança, como uso de máscaras, higienização das mãos, álcool gel, distanciamento e aulas ao ar livre, é necessária, na avaliação da médica, a imunização prioritária de professores e trabalhadores da educação, incluindo-os no grupo de risco.
“Elmir, vamos vacinar os professores. Mas os professores atuantes, não os que estão aposentados e vão querer se vacinar”, disse Daniela. “As aulas remotas estão trazendo efeitos psicológicos às vezes irreversíveis”, alertou.
Em relação ao contágio pela nova variante do coronavírus detectada em Manaus e que, segundo estudos iniciais, explicariam a disseminação mais acelerada da doença nessa segunda onda, a recomendação da médica é a de que Serra Negra decrete lockdown por 14 dias. A situação em Serra Negra, na sua avaliação, é caótica.
“O lockdown é uma iniciativa extremamente incisiva do ponto de vista político, mas o prefeito tem uma responsabilidade muito grande diante da cidade que ele administra e se vê a necessidade de fazer isso, tem de fazer”, afirmou a médica.
Daniela avalia que diante da necessidade de fechar a economia para conter a pandemia, as autoridades não podem pensar em não adotar a medida, com receio de desagradar aos comerciantes, assim como não podem deixar de retomar as aulas, se essa medida traz benefícios aos alunos, para não contrariar professores e pais.
A médica pediu que as autoridades tomem essas decisões baseadas em estudos científicos e em reunião com os profissionais da área da saúde, que podem dizer qual é a melhor conduta. Ela se colocou à disposição da administração municipal para ajudar no controle da doença.
“Tem de existir medidas mais severas, não há outra saída. A gente tem cometido erros desde março de 2020, não temos uma voz nacional, falta um líder nacional com conhecimento, que norteie a situação do país para que não piore”, disse.
A médica comemorou a aprovação pela Anvisa do uso emergencial no Brasil das vacinas Coronavac, produzida pelo instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e da AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz. Daniela ressaltou que a vacina não impede a contaminação, mas evita que a doença evolua para casos graves.
Daniela explicou que 50,38% de eficácia global da Coronavac apontados nos testes realizados no Brasil são importantes, porque metade dos pacientes vai desenvolver de forma leve a doença e que os casos graves não aparecerão. A médica ressaltou diversas vezes durante a live que a vacina é a única forma de conter a doença, não há outra alternativa.
Daniela, que em uma live anterior havia informado que usava o vermífugo ivermectina como tratamento preventivo, e que chegou a recomendar a distribuição de kits pela prefeitura, explicou que os estudos randomizados, considerados padrão de referência dos métodos de pesquisa em epidemiologia, não comprovaram até agora eficiência desse medicamento.
“Nenhum remédio que tenha uma ação contra o coronavírus foi cientificamente comprovado. Nada foi descoberto que possa acabar com o vírus. As medicações são para tratar as intercorrências causadas e são usadas para o tratamento da covid-19”, afirmou. “Nem cloroquina, nem invemectina, a única saída chama-se vacina”, enfatizou.
A médica destacou ainda que não há motivo para temer a vacina. Daniela lembrou que milhões de pessoas já foram vacinadas no mundo e que os efeitos colaterais são baixos e leves.
Daniela explicou que a Coronavac é uma vacina com a mesma plataforma da H1N1, elaborada com o vírus inativo e que a vacina de Oxford é elaborada com o RNA mensageiro do chimpanzé.
“Mas ninguém vai virar macaco, não. Isso é fake news”, afirmou, alertando que as pessoas só devem confiar em informações fornecidas por institutos e instituições cientificamente reconhecidas, como Butantan e Anvisa.
A médica enfatizou diversas vezes a importância do distanciamento social. Pediu à população serrana que fique em casa, evite bares e restaurantes, que seriam principais locais de contaminação, e também evitem reuniões familiares, visitas a amigos e a recém-nascidos e que adiem as viagens para que o vírus não circule.
“Que comece a vacinação o mais rápido possível, tomem a vacina, não tenham medo”, recomendou.
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