//ANÁLISE// Família Bolsonaro

                                                                  


Fernando Pesciotta


Depois de explicitar sua homofobia e desprezo pela vida do cidadão ao dizer que o Brasil precisa deixar de ser um país de “maricas”, Jair Bolsonaro “ameaçou” uma guerra contra os EUA.

Nesta quarta-feira, 11 de novembro, ele foi às redes sociais para pedir voto a candidato a vereador em Queimados. Para quem não sabe, Queimados é uma cidade da Baixada Fluminense, área de atuação das milícias do Rio de Janeiro. Nunca se viu um presidente da República desperdiçar seu tempo, usando a estrutura paga com dinheiro público, para algo parecido.

Muita gente se pergunta o que passa pela cabeça do capitão para agir assim. Alguns apostam que se trata de uma estratégia para criar cortina de fumaça.

Pode ser. Suas apostas se revelam um fracasso. Vinculou a imagem e a política internacional do País a Donald Trump, varrido da Casa Branca pelo voto dos norte-americanos. Cobrado pela falta de hombridade por não ter mandado uma mensagem de felicitações ao vencedor, como todos os líderes globais fizeram, o capitão nada responde.

Seu candidato em São Paulo derrete nas pesquisas. Em Belo Horizonte, o candidato bolsonarista tem ridículos 4% das intenções de voto. No Rio de Janeiro, as chances de Marcelo Crivella são diminutas.

O Amapá tem a eleição municipal adiada porque está sem eletricidade há dez dias e Bolsonaro não mandou nem uma mensagem de solidariedade.

O que mais o aflige, porém, é a descoberta dos malfeitos da família. O Globo revela que sem fazer saques por quatro anos, a nora de Jair Bolsonaro pagou a escola dos filhos, condomínio e outras despesas com dinheiro vivo. De onde veio esse dinheiro?

O jornal também revela que Flávio Bolsonaro pagou a compra de um apartamento no Rio de Janeiro usando R$ 295 mil sem origem conhecida. Além disso, o Brasil ainda não sabe por que Fabrício Queiroz depositou R$ 92 mil na conta de Michelle Bolsonaro.

A questão familiar ocupa o tempo do presidente e envolve a estrutura de Estado. Segundo revela a Folha, Frederick Wasseff, o “ex-advogado” da família esteve no Palácio do Planalto na terça-feira (dia 10), numa situação no mínimo estranha.

Wasseff teve sua entrada autorizada na ala dos visitantes e parou o carro no estacionamento do Planalto. Duas pessoas entraram no carro, que permaneceu no local por alguns minutos e depois partiu. Ninguém quis explicar do que se trata.

É assim que age o governo de Bolsonaro, sempre sem explicações.

Foi na casa de Wasseff que Queiroz se escondeu por quase um ano.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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