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Fernando Pesciotta
A alta dos preços dos alimentos, especialmente da cesta básica, ganha corpo na imprensa, repercute com intensidade nas redes sociais e torna-se uma discussão nacional. E quem paga o pato é a população de baixa renda.
Depois de discursos tranquilizadores e pedidos de “patriotismo” dos empresários feitos por ministros e por Jair Bolsonaro, ontem a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, contrariando a orientação liberal do governo, notificou supermercados e entidades representativas do setor.
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, se antecipou e respondeu que o consumidor deve trocar o arroz pelo macarrão. Para o setor, a ação do governo é um “ato de desespero” porque não sabe o que fazer.
Nesta quarta-feira, 9 de setembro, o IBGE anunciou a inflação de agosto. O IPCA chegou a 0,24%, o mais elevado para o mês desde 2016. Os alimentos acumulam alta de 4,91% no ano, ante inflação de 0,70%.
Os economistas dizem que por mais que os alimentos e a gasolina tenham pressionado a alta, ainda não dá para falar em escalada inflacionária, pois há queda de preços de serviços.
O problema é que cada família tem a sua inflação. O índice pesquisado pelos institutos é uma média apontada pela flutuação de preços de um conjunto de produtos e serviços supostamente consumidos por todos os brasileiros, divididos por faixa de renda.
Para a camada menos favorecida, porém, os alimentos têm peso grande. Se tem dinheiro, o assalariado de baixa renda corre para comprar arroz, feijão, carne, óleo.
Já a família de classe média, quando ganha mais opta por sofisticar seu consumo, comprando manteiga importada, melhores vinhos etc. Arroz e feijão para essa faixa de renda mais elevada é produto elementar.
Economistas mencionam várias razões para os reajustes de preços, como entressafra, câmbio e até aumento da renda dos mais pobres. E aqui entra a perversidade: o cidadão de baixa renda é punido por aumentar seu consumo.
O governo nega desabastecimento, mas supermercados da região de Campinas já limitam as vendas de arroz a três ou quatro pacotes por cliente. Na Capital, há supermercado limitando a venda a dois pacotes.
O Ministério da Economia reconhece que os preços continuarão em alta nas próximas semanas.
Além da investigação da Senacon, o governo ontem zerou as taxas de importação do arroz.
Abuso
Um dia depois de Lula liderar os comentários políticos nas redes sociais, com a #LulaPresidente2022, os escritórios de seus advogados, Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, foram alvo de operação da Polícia Federal.
O pretexto é a apuração de suposto esquema de tráfico de influência no STJ e no TCU. Zanin diz tratar-se de “invasão”.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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