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Fernando Pesciotta
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tentou explicar ontem os números divergentes de doentes e vítimas fatais da covid-19 no País. Aproveitou para dizer que no Norte e no Nordeste a pandemia pode estar no fim. Para se justificar, relacionou as regiões ao inverno do Hemisfério Norte. Foi o suficiente para virar meme e se tornar o assunto mais comentado das redes sociais desde a tarde de terça-feira.
Até a manhã de quarta-feira, eram mais de 60 mil posts no Twitter ironizando o ministro. Perfis de influenciadores, jornalistas e políticos postaram fotos e vídeos de cenas de nevascas como sendo no sertão do Nordeste ou na Amazônia.
A reação irônica e intensa revela que ao menos parte da sociedade perdeu a paciência e o respeito pelo Ministério da Saúde e, em última instância, pelo governo de Jair Bolsonaro. Até a semana passada, o mapeamento de redes sociais mostrava o Ministério da Saúde como o maior influenciador quando o assunto é o coronavírus. Seus posts costumavam ter mais de meio milhão de interações. Desde então, o presidente e perfis de imprensa, como G1 e UOL, tomaram a dianteira.
A saída do então ministro Luiz Henrique Mandetta foi o ponto de partida para a virada. Com ampla aprovação popular, ele sucumbiu às investidas de Bolsonaro, que teima em negar o perigo da covid-19 e não admite ministros e assessores dizendo-lhe o que não gosta de ouvir. Mesmo assim, os posicionamentos técnicos da pasta mantiveram a credibilidade, destruída com a iniciativa presidencial de tentar esconder o número de infectados e de mortos. Destruição que corre o risco de ser irreversível.
Ao que tudo indica, o coronavírus se transforma numa polêmica que não sairá da pauta. A reabertura do comércio em São Paulo ajuda a fazer com que a pandemia seja absolutamente predominante no noticiário e nas redes sociais e acena para desdobramentos. Assim como já ocorre no interior do Estado, a volta do comércio deve levar as autoridades a repensarem a flexibilização.
Prisão
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quarta-feira o bombeiro Maxwell Corrêa, sargento da PM. Swel, como é conhecido, é suspeito de participar da morte da vereadora Marielle Franco. A polícia desconfia de que Swel seja o responsável pela desova da arma usada no assassinato. Ele a teria jogado no mar.
O que chama atenção nas imagens da chegada da polícia à residência de Swel é o fato de um sargento da PM, um bombeiro, morar num imóvel avaliado em cerca de R$ 2 milhões. A mansão de três pavimentos tem sauna, piscina e churrasqueira. À porta estava estacionado o carro do bombeiro, um BMW X6, cujo preço de mercado é de mais de meio milhão de reais.
A pergunta que muita gente está fazendo é como um sargento, bombeiro, pode ter um patrimônio desses? As suspeitas, inclusive por sua suposta participação no assassinato da vereadora, é de que Swel pode ser integrante da milícia, assim como o famoso Queiroz.
Coincidentemente, a Polícia Federal armou também para a manhã desta quarta-feira uma investida contra outro governador, agora o do Pará, Helder Barbalho. Ele é acusado de irregularidades na compra de respiradores.
Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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