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Salete Silva
O Programa Mais Médicos é uma das iniciativas na área da saúde que têm obtido bons resultados em Serra Negra. O município foi um dos primeiros da região a preencher as vagas disponíveis assim que os médicos cubanos que atuavam na cidade deixaram o programa por causa das declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que chamou os profissionais de “escravos”.
Atuam na cidade hoje quatro profissionais que dão continuidade ao trabalho iniciado por três médicos cubanos e reconhecido pela população e pelas autoridades locais, incluindo o prefeito Sidney Ferraresso (DEM), pelas melhorias no atendimento integral e pelos serviços prestados em especial às famílias serranas.
O trabalho desses profissionais permite que a população de todo o território municipal tenha acesso aos cuidados médicos curativos e preventivos. Os profissionais do Mais Médicos integram a equipe de Programa Saúde da Família oferecendo atendimento integral ao usuário junto com a equipe multiprofissional.
Em visitas domiciliares desenvolvem todos os programas oferecidos pelo Ministério da Saúde. O salário pago, em torno de R$ 10 mil, é o mesmo valor oferecido aos cubanos. O valor salarial, considerado baixo por associações da categoria, e as exigências na formação dos profissionais são os principais obstáculos para atrair médicos para o programa embora a assessoria de imprensa da prefeitura informe que o município não tenha encontrado dificuldade de contratações logo após a saída dos cubanos.
Tendo como essência a definição de que saúde não é apenas ausência de doenças, mas bem-estar bio, psíquico e social do indivíduo, estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o médico da família precisa apresentar habilidades e atitudes técnico-humanistas e ser capaz não apenas de tratar doenças como também conhecer os pacientes e o ambiente em que ele está inserido para poder promover a saúde na comunidade, prevenindo doenças e tratando os pacientes já em processo de adoecimento.
“O programa continua funcionando muito bem em Serra Negra”, diz a integrante do Conselho Municipal de Saúde Thais de Moura Pereira. O Mais Médicos é importante para o município, ela avalia, porque garante o atendimento integral à população e trabalha com as demais áreas de atendimento à saúde, compondo uma equipe multidisciplinar.
Os últimos dados sobre o Mais Médicos revelam que dos 8,5 mil profissionais contratados após a saída dos cubanos do país, 1.052 já deixaram o programa, segundo o Ministério da Saúde. A cidade de São Paulo e municípios do interior paulista, como Embu das Artes e São José dos Campos, lideram as saídas.
Recentemente, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que o programa deverá passar por uma grande reformulação ainda no primeiro semestre deste ano. Uma de suas sugestões é restringir o número de médicos nas cidades que não apresentam os piores indicadores sociais, chamadas de intermediárias.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, não há informações nem sobre mudanças nem alterações no programa. Até o momento, informa a assessoria, o governo federal não se manifestou. “Caso haja descontinuidade desse programa sem a possibilidade de reposição desses médicos seria negativo”, conclui a nota.
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